segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

Hoje é o dia internacional da mulher. Não vou postar nenhuma receita por enquanto. Me limito a reproduzir o que achei de mais interessante nos devaneios que passaram do Josimar Melo ao Carlos Alberto Dória, de onde tirei o seguinte:

"A dinastia gastronômica, desde Carème, é patrilinear. Quando ela chega em Escoffier, surge a cozinha como linha de produção segundo o modelo fabril ou “fordista”. Os gestos codificados têm em vista a produção “em cadeia”, e mesmo as receitas foram adaptadas a uma necessidade desse tipo. O próprio Escoffier diz que adaptou as receitas ao “ritmo moderno”, à rapidez que o homem de negócios requer. Esse modelo é masculino, tendo deixado para trás o artesanato que era de inspiração feminina. Não é à toa que, vira e mexe, os cozinheiros falam na “volta à cozinha das avós”, isto é, à cozinha feminina como inspiração.

Mas, em termos concretos: o que haveria de comum, por exemplo, nas cozinhas de Helena Rizzo e Roberta Sudbrack que as diferenciaria de Alex Atala e Claude Troisgros? O que é o estilo feminino reconhecível em gastronomia? Especular sobre isso é buscar uma linha divisória que seja capaz de se imprimir nos frutos do trabalho culinário. Não é um absurdo. Não se abusa hoje da palavra “identidade”? Por que não se discursa sobre a identidade feminina na gastronomia?

Ou será que a cozinha, por ser historicamente tão feminina, absorveu os homens de modo que eles é que não conseguem ter um estilo “masculino”, tendo se apropriado de um “feminino absoluto” como se fosse sempre seu?"



Ficam as perguntas e sonhamos com respostas!
Feliz dia da Mulher a todas!
fonte da imagem: www.circuitomt.com.br/impresso/caderno_dois/65/36

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